Dor de cabeça

Muitas pessoas pensam que dor de cabeça deve ser tolerada. Muitas vezes, a dor é associada ao estresse, a um problema da visão ou a um alimento que “não fez bem”.

Realmente, alguns destes fatores até podem influenciar quem costuma sentir dor. Mas quando, afinal, pode ser algo mais sério?

Alguns tipos de dor de cabeça são causados por uma alteração estrutural do cérebro (cefaleias secundárias). São exemplos aquelas ocasionadas por tumor, aneurisma ou meningite.

Todavia, nestes casos, em geral há outros sintomas associados que geram preocupação é motivam buscar rapidamente um médico.

O problema mais comum é aquela “dorzinha” que não passa, que volta de vez em quando e que às vezes é mais forte e depois mais fraca. São as cefaleias primárias. As representantes mais comuns desta classe de cefaleias são a enxaqueca e a cefaleia tensional.

Em particular, a enxaqueca acomete 30 milhões de brasileiros (18% de todas as mulheres e 6% dos homens) e, apesar de não ser relacionada a um tumor ou um aneurisma, é considerada a sexta doença mais incapacitante do mundo pela OMS.

“É GRAVE, DOUTOR? ”

Sempre quando a dor estiver atrapalhando a rotina, quer seja por sua frequência, quer seja pela intensidade ou outro sintoma associado, deve-se procurar um neurologista.

É na consulta médica que se pode investigar os detalhes de cada tipo de dor e fazer o exame neurológico completo, esclarecendo, com isto, se há algum outro sintoma que não se tenha prestado atenção e que pode fazer toda a diferença.

Vale ressaltar que diferente do que muitos imaginam, não é todo caso de cefaleia que exige a realização de uma tomografia ou ressonância.

Alguns sinais de alerta podem ser bons indicadores da necessidade destes exames:

  • “Sempre tive dor, mas agora houve uma mudança do padrão”
  • “Nunca tive dor de cabeça; começou só depois dos 60 anos”
  • “Estou tendo cefaleia junto com outros sintomas, como alteração visual, dormência/formigamento, tontura etc.”

“QUASE TODO DIA”

Uma informação importante: se uma dor de cabeça simples for mal manejada, pode se transformar uma cefaleia crônica diária.

Isso significa que ocorre uma desregulação na área do cérebro responsável pela percepção da dor. Em geral, este padrão acontece por uso errôneo de analgésicos ou por um traumatismo na cabeça ou por cafeína em excesso ou mesmo pela concomitância com outras condições de saúde.

A cefaleia crônica diária não é incomum. Trata-se da segunda causa mais frequente de visita ao consultório de neurologia. Pode ser diagnosticado com cefaleia crônica diária quem sente dor por pelo menos 15 dias no mês, num período mínimo de 3 meses.

Não se deve negligenciar esta condição, porque suas consequências são piora da qualidade de vida, depressão, ansiedade e perda de produtividade no trabalho ou escola.

Para quem sofre de cefaleia diária, algumas dicas práticas são:

  • Melhorias no estilo de vida ajudam para a maioria dos tipos de cefaleia: atividade física regular, dieta saudável, perda de peso, sono adequado, etc.
  • Suspender o uso abusivo de remédios para a dor.
  • Procurar um médico o quanto antes, para avaliar o início de um tratamento preventivo ou receber orientações sobre quais remédios devem ser evitados

Então, fique atento: se você se identificou com alguma das situações acima, não fique em dúvida, procure um neurologista.

Dr. Henrique Cal
Médico Neurologista
Fone: (21) 2131-1494